As mudanças climáticas vão muito além de variar apenas o meio ambiente; elas impactam a vida humana e estão em suas infraestruturas.
- designmarketingnn
- 5 de out. de 2024
- 2 min de leitura

O aumento na concentração de gases de efeito estufa alterou o sistema climático do planeta, gerando consequências intensificadas por vulnerabilidades sociais e ambientais, como pobreza, ocupação de áreas de risco, desmatamento, manipulação de recursos naturais, colapsos na produção agroalimentar, conflitos e epidemias , entre fora
Esses impactos múltiplos, em efeito, ameaçam cada vez mais a economia, a segurança alimentar e hídrica, a biodiversidade e o bem-estar das pessoas. Nem mesmo regiões rurais ou áreas isoladas são imunes a essas
De acordo com um relatório recente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), nos últimos 30 anos, as perdas globais na agricultura e pecuária devido a desastres somaram cerca de US$ 3,8 trilhões devido a catástrofes, a maioria delas ligada a eventos climáticos extremos.
Esse montante representa o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022. Os países mais atingidos foram os de baixa e média renda, que sofreram perdas médias de 10% e 15% de seus PIBs agrícolas, respectivamente, agravando ainda mais a insegurança
No Brasil, a seca que afetou a região Sul e partes do Centro-Oeste e Sudeste, entre o final de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, gerou prejuízos estimados em US$ 15,3 bilhões, principalmente n
As perspectivas para a safra de 2023/2024 também não são animadas, com uma possível redução na colheita de soja. Além disso, houve o abandono de plantações e a migração para outras culturas, como o algodão, nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba, que inclui os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
As mudanças para a agricultura familiar são ainda mais preocupantes, já que culturas essenciais para a alimentação no país, como feijão, milho e mandioca, estão entre as mais suscetíveis às mudanças climáticas
Além disso, a agricultura familiar permanece pouco protegida, ao contrário da produção de commodities, que conta com seguros garantidos a financiamentos, em grande parte sub
Embora o Plano Safra tenha trazido avanços, como a redução de juros e o aumento dos valores de financiamento, essas medidas ainda são insuficientes para atender um setor que emprega 67% dos trabalhadores rurais do Brasil. Diante de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas ou secas prolongadas, os pequenos produtores acabam perdendo suas colheitas.
Face a eventos extremos de chuva ou seca, o pequeno produtor rural acaba perdendo sua produção e acumulando dívidas.
Calor e estiagem extremos afetaram também, em 2023, alguns dos rios mais volumosos da Terra, situados na bacia amazônica, nos territórios de Brasil, Colômbia, Peru e Venezuela. Comunidades ribeirinhas do rio Negro, do Baixo Amazonas e do Tapajós ficaram ilhadas, sem acesso a comida, água potável ou serviços de saúde. Botos e tartarugas morreram e, devido à diminuição da concentração de oxigênio nas águas, milhares de peixes pereceram também.
Para ribeirinhos e pescadores artesanais, que têm no pescado sua principal fonte de proteínas e geração de renda, apesar do aumento gradual e eventual normalização do nível das águas, os impactos devem ser sentidos por alguns anos, já que a abundância de peixes adultos e jovens diminuiu, comprometendo o restabelecimento de estoques pesqueiros e colocando em risco a segurança alimentar e a própria sustentabilidade da pesca.
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