Análise: Vasco faz o necessário para retomar as vitórias e deixa a preocupação com a atuação para depois

No jogo atrasado da 19ª rodada do Brasileiro, a equipe de Rafael Paiva teve uma performance aquém em São Januário, mas o principal objetivo contra o Cuiabá era romper um jejum de oito partidas sem vencer.

"1 a 0 foi goleada para nós"

Assim Rafael Paiva resumiu a vitória do Vasco por 1 a 0 sobre o Cuiabá, em jogo atrasado da 19ª rodada do Brasileirão. Após um longo jejum de vitórias e uma dolorosa eliminação na Copa do Brasil, o que importava em São Januário era vencer, independentemente da forma.

Apesar de uma partida abaixo do esperado contra o vice-lanterna do campeonato, o Vasco conseguiu o resultado que interrompe uma sequência de oito jogos sem triunfos. O último triunfo havia sido há quase dois meses, contra o Vitória, em Salvador.

O gol decisivo foi marcado por Hugo Moura logo no início do segundo tempo, em um dos raros momentos em que o Vasco se destacou na partida. O time teve 52% de posse de bola e igualou o número de finalizações (11), mas deixará a análise da atuação para um momento posterior.

“Tenho certeza de que na segunda-feira (contra o Bahia) estaremos focados nos oito jogos restantes, tratando cada um como uma final”, afirmou Rafael Paiva.

Com a vitória, o Vasco igualou o número de jogos da maioria dos concorrentes, permanecendo em décimo lugar com 40 pontos, um a menos que o Atlético-MG, em nono, e ainda a nove pontos do Internacional, que está na zona de pré-Libertadores. Por outro lado, abriu uma vantagem de oito pontos sobre a zona de rebaixamento.

Dificuldades em campo

O Vasco enfrentou sérias dificuldades no primeiro tempo. Com Coutinho bem marcado, o time não conseguiu criar jogadas e pouco envolveu Vegetti. As poucas participações do atacante foram limitadas a uma cabeçada fraca e uma finalização bloqueada. As tentativas de cruzamento também não surtiram efeito.

Emerson Rodríguez se destacou com suas tentativas de drible, mas ainda falhou em decisões importantes. Puma Rodríguez, por sua vez, teve um desempenho fraco, tanto na lateral quanto como ponta. Com isso, o Vasco não conseguiu se impor, mesmo diante de um Cuiabá bem postado, que gerou alguns sustos em contra-ataques.

A pressão esperada no primeiro tempo não se concretizou. O empate na posse de bola (50% para cada lado) e o número de finalizações (oito a quatro) evidenciam a paridade. A melhor chance do primeiro tempo veio de um chute de Léo, que passou por cima.

No intervalo, Paiva promoveu a entrada de Lucas Piton, deslocando Leandrinho para o setor esquerdo, e a mudança teve efeito imediato. O Vasco iniciou o segundo tempo de forma mais ofensiva, e aos sete minutos, Hugo Moura aproveitou um rebote para marcar seu segundo gol pelo clube, destacando-se apesar da atuação geral da equipe.

Após o gol, o Vasco recuou e cedeu espaço ao Cuiabá, que se tornou mais confortável no jogo. Paiva tentou retomar o controle com as entradas de Jean David e Maxime Dominguez, mas a única melhoria no jogo veio com Payet, que entrou aos 41 minutos. O Cuiabá ainda tentou pressionar nos acréscimos, mas não conseguiu mudar o placar.

Reflexões para o futuro

Embora a vitória tenha sido o foco, a atuação contra o Cuiabá revelou pontos que precisam de atenção nas últimas oito partidas da temporada.

A lateral direita continua sendo um desafio: Puma Rodríguez não teve um bom desempenho e faltou agressividade em várias jogadas. Jean David, que poderia ser uma alternativa, ainda não se destacou desde sua chegada ao clube.

O Vasco precisa encontrar soluções para os momentos em que Philippe Coutinho (ou eventualmente Payet) não estão em seu melhor. Nesta quinta-feira, Paiva demorou a perceber que a entrada do francês era necessária, e sua contribuição foi significativa, mesmo em apenas 11 minutos.